Juros vão voltar a cair assim que inflação descer, acredita FMI

Taxas de juro altas deverão ser temporárias. Inflação global desce lentamente. E há nervosismo com crise financeira, alerta.
17 abr 2023 min de leitura

Os bancos centrais de todo o mundo começaram a subir as suas taxas de juro de referência para travar a alta inflação que se começou a fazer sentir no início de 2022 e que escalou com a guerra na Ucrânia. Assim foi anunciado o fim da era dos empréstimos mais baratos de sempre. Mas poderá não ser bem assim. O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que assim que a inflação estiver sob controlo, os bancos centrais deverão trazer de volta as taxas de juro aos níveis pré-pandémicos. No caso na Zona Euro, significa que o Banco Central Europeu (BCE) poderá reduzir a taxa de refinanciamento até chegar a 0%, o nível em que estava em 2019.

Hoje, a inflação já está a dar sinais de descida em vários países do mundo. Também na Zona Euro já está a descer há vários meses, fixando-se em 8,5% em fevereiro. Mas, segundo a presidente do BCE, “projeta‑se que a inflação permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo”. Por isso mesmo, o BCE e outros bancos centrais continuam empenhados em subir as taxas de juro diretoras para fazer com que a inflação baixe até aos 2%, o nível em que é assegurado a estabilização de preços.

Sobre este ponto, o FMI acredita que “os recentes aumentos nas taxas de juros reais provavelmente serão temporárias”. Isto porque “quando a inflação estiver novamente controlada, os bancos centrais das economias avançadas deverão aliviar a política monetária e trazer as taxas de juros reais de volta aos níveis pré-pandémicos”, explica no World Economic Outlook de abril.

Isto quer dizer que os bancos centrais irão voltar a ter as taxas de juro próximas de 0% Este é o caso do BCE que em 2019 (antes da pandemia) apresentava as seguintes taxas:

  • Taxa de juro das principais operações de refinanciamento estava nos 0% (hoje está nos 3,5%);
  • Taxa aplicada à facilidade permanente de depósitos encontrava-se em -0,5% (hoje está em 3%);
  • Taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez estava em 0,25% (hoje está em 3,75%);

Importa recordar que, quando o BCE voltar a descer os juros, as taxas Euribor também deverão baixar. Resta saber se também se fixarão - ou não - nos níveis pré-pandemia, em que estavam em terreno negativo. 

De qualquer forma, o FMI reconhece que a descida das taxas de juro de referência pelos bancos centrais dependerá de vários fatores, como a persistência de níveis elevados de dívida pública, que poderá levar a que as taxas de juro desçam, mas para níveis mais altos do que antes da pandemia. Quantos às economias emergentes – como a China, Índia e Brasil – o FMI prevê uma convergência ao longo do tempo com os níveis baixos de juro “natural” das economias avançadas, por força das tendências demográficas e de produtividade.

Fonte Idealista:
Foto de: Freepik

 

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