Prestação da casa: ano do contrato e valor em dívida determinam subida

Subida da Euribor penaliza famílias com crédito habitação de taxa variável, mas não impacta todas da mesma forma. Explicamos.
27 set 2022 min de leitura

As famílias com crédito habitação a taxa variável estão a sofrer com o agravamento das prestações da casa, devido à subida das Euribor. Mas nem todas são afetadas da mesma forma, uma vez que há vários indicadores a pesar na atualização do valor a pagar ao banco todos os meses pelo empréstimo da casa, tal como explicamos neste artigo com base em simulações.

Num contexto ainda de recuperação da crise gerada pela pandemia, foi a instabilidade económica gerada pela guerra na Ucrânia que foi alimentando a espiral inflacionista na Zona Euro desde o início do ano – em agosto atingiu os 9,1%, com Portugal acima da média - e agravando o custo de vida das famílias. Para tentar estancar o trajeto da economia europeia e evitar uma recessão generalizada, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu subir as taxas de juro diretoras, revendo-as em alta em julho e em setembro, num total de 125 pontos base - e a instituição liderada por Christine Lagarde já fez saber que há novas subidas à vista. E esta mudança de política monetária desencadeou uma escalada da Euribor em todos os prazos, colocando um ponto final na chamada "época do dinheiro barato".

É exatamente este movimento das Euribor que leva ao aumento da prestação da casa das famílias com créditos habitação a taxa variável. A grande maioria dos contratos em Portugal (cerca de 90%) é deste tipo, mas a subida das taxas Euribor não impacta da mesma forma todos os contratos de empréstimo habitação de taxa variável, já que o valor a pagar ao banco pelo crédito habitação depende do ano do contrato e do capital em dívida. Como assim? Explicamos tudo tendo por base simulações.
 

O aviso do BCE cumpriu-se a 21 de julho de 2022, quando os juros diretores subiram pela primeira vez em 11 anos em 50 pontos base na zona euro. E como as taxas Euribor mantêm estreita relação com as taxas de juro diretoras, em agosto a Euribor a 12 meses voltou a aumentar, atingindo os 1,249%. E a Euribor a 6 meses chegou aos 0,837%. Isto depois de passarem mais de seis anos em terrenos negativos.

Mais tarde, no passado dia 8 de setembro, o regulador europeu - na mesma linha de vários bancos centrais que têm usado esta estratégia para tentar travar a inflação - avançou com uma subida mais forte, de outros 75 pontos base. E prometeu voltar a aumentar as taxas de juros diretoras nas próximas reuniões, de forma a que a inflação no espaço europeu fique reduzida a 2%, o nível em que é assegurada a estabilidade dos preços. O Governador do banco central da Lituânia, Gediminas Simkus, já veio a publico dizer que o BCE vai voltar as taxas de juro diretoras em, pelo menos, mais 50 pontos base na próxima reunião, já que "as tendências inflacionistas estão a intensificar-se".

Portanto, tudo indica que o mais recente aumento dos juros diretores – bem como os que se avizinham - terão um impacto ainda maior na Euribor. Segundo os especialistas, as taxas mensais da Euribor a 6 e a 12 meses poderão chegar aos 2% até ao final do ano - depois das diárias já terem ultrapassado esta fasquia e estarem a consolidar essa tendência.
Fonte : Idealista
Foto de: freepik

 

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