Governo ignora pedidos do BCE e prepara novos apoios às famílias

Lagarde quer que haja redução de apoios orçamentais. Mas António Costa prepara novas medidas para os mais vulneráveis.
20 mar 2023 min de leitura

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a apertar a política monetária esta quinta-feira, dia 16 de março, anunciando uma nova subida das taxas de juros diretoras em 50 pontos base. O seu grande objetivo é baixar a inflação que permanece “demasiado elevada” na Zona Euro. E para o atingir apelou aos governos da Zona euro para começaram a reduzir os apoios orçamentais “rapidamente”, em linha com as recomendações antes dadas também por Bruxelas. Mas o Governo de António Costa está em contraciclo: precisamente no mesmo dia aprovou em Conselho de Ministros novos apoios às rendas e crédito habitação. E prepara-se para aprovar novos apoios às famílias mais vulneráveis já na próxima semana, que vão além do universo da habitação.

presidente do BCE não tem dúvidas: para baixar rapidamente a alta inflação que insiste em permanecer alta na Zona Euro – fixou-se nos 8,5% em fevereiro – há que haver um alinhamento entre a política monetária e as políticas orçamentais. "É importante começar rapidamente a reduzir essas medidas [orçamentais] de forma concertada", quando "os preços da energia baixam", para evitar "aumentar as pressões inflacionistas a médio prazo", frisou Christine Lagarde depois de ter voltado a subir os juros diretores esta quinta-feira para máximos de 2008 – altura a última crise financeira.

Mas a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social já veio reagir ao apelo de Lagarde, insistindo que o Governo vai continuar a ajudar as pessoas, nomeadamente as mais vulneráveis.

“Aquilo que temos feito e continuaremos sempre a fazer é procurar em cada momento responder à situação das pessoas, nomeadamente focando-nos nas pessoas que estão em situação de maior vulnerabilidade”, disse esta sexta-feira Ana Mendes Godinho, no Porto, à margem da Cimeira das Pessoas “Não há Europa Social sem Direitos Sociais”.

A governante, citada pela Lusa, declarou que o Governo procura sempre mobilizar, a par das medidas excecionais, medidas de investimento estrutural naqueles que são os grandes desafios. “É isso que temos feito e que vamos continuar sempre a fazer”, vincou.

O pedido da presidente do BCE foi feito esta quinta-feira, precisamente no mesmo dia que o Conselho de Ministros deu luz verde a novos apoios extraordinários às rendas e aos juros dos empréstimos habitação, que representam 460 milhões de euros nas contas do Estado:

  • Subsídio de renda da casa: pode variar entre os 20 e os 200 euros, e será pago de forma automática às famílias que têm taxas de esforço superiores a 35% no pagamento da renda;
  • Apoios ao crédito habitação: o Governo aprovou o decreto-lei que vem obrigar os bancos a apresentar, pelo menos, uma oferta de taxa fixa e taxa mista nos empréstimos. E ainda aprovou a bonificação dos juros para créditos habitação até 250 mil euros, tendo como limite 720 euros por ano.

Estas medidas já foram, então, enviadas para Belém para apreciação do Presidente da República. Mas há mais apoios às famílias a caminho, além dos incluídos no pacote “Mais Habitação” – que soma ainda outras medidas a adotar no setor da habitação, criando novas regras para o Alojamento Local, anunciando o fim dos vistos gold ou avançando com o arrendamento forçado de casas devolutas.

Fonte: Idealista
Foto de: Frrepik

 

 

Veja Também
Outras notícias que poderão interessar
Estamos disponíveis para o ajudar Pretendo ser contactado
Data
Hora
Nome
Contacto
Mensagem
captcha
Código
O que é a pesquisa responsável
Esta pesquisa permite obter resultados mais ajustados à sua disponibilidade financeira.