“Urbanismo verde vence quando as cidades e o privado colaboram”

Construção limpa e modular é o caminho para a sustentabilidade e habitação acessível, diz especialista internacional em entrevista
19 set 2023 min de leitura

As alterações climáticas fazem parte da realidade de hoje e é preciso reinventar as cidades de amanhã. Por isto mesmo, é “urgente aumentar a reabilitação energética dos edifícios” e “reduzir o transporte privado e os veículos emissores nas cidades”, garante em entrevista Hélène Chartier, diretora de planeamento urbano e design no C40, uma rede global que une quase 100 autarcas em ações para enfrentar a crise climática, da qual faz parte Lisboa. Uma destas suas iniciativas é a competição internacional Reinventing Cities, que vem premiar projetos de regeneração urbana sustentáveis, mostrando que “os projetos urbanos verdes são viáveis quando as cidades e o setor privado colaboram”. Aqui os estudantes também são convidados a participar, tendo reinventado a Mouraria, num “bairro conectado verde e resiliente” da capital portuguesa.

Não há dúvidas que a transição energética é necessária e que o momento para agir é agora. Mas “as cidades não podem fazer o trabalho sozinhas”, alerta Hélène Chartier, sublinhando que “precisamos estar unidos em ações para criar um futuro urbano verde e justo”.  Aqui, “a colaboração público-privada é crucial para envolver todos os setores na transição justa e para garantir que os objetivos estão alinhados”, reforça em entrevista ao idealista/news.

Neste contexto, as iniciativas da Reinventing Cities - competição global que nasceu em 2017 e está na sua 3ª edição – “desempenham um papel fundamental na promoção da colaboração entre as cidades, os jovens e o setor privado”, criando projetos vêm acelerar a regeneração urbana descarbonizada e resiliente em 20 cidades do mundo. Dos EUA a Singapura até Milão, a iniciativa já conta com 39 projetos vencedores no terreno, que visam construir mais casas acessíveis e com zero emissões e ainda criar espaços públicos verdes e pensados para as pessoas, em detrimento dos veículos.
“À medida que abraçamos o futuro, uma abordagem personalizada é a chave para criar ambientes urbanos sustentáveis, resilientes e prósperos no mundo"

Também aqui os jovens e estudantes são chamados a reinventar bairros em novos espaços verdes, com melhor qualidade de vida e menos emissões, participando na iniciativa “Students Reinventing Cities”. Um dos bairros reinventados pelos estudantes foi a Mouraria, em Lisboa. O bairro lisboeta imaginado pela equipa Dreamers Inc. da Universidade de Lund (Suécia) foi o vencedor, tendo transformado a Mouraria num “bairro conectado e resiliente”, apostando na mobilidade verde, bem como na “transformação de edifícios subutilizados, como o mosteiro do Largo da Rosa, em espaços multifuncionais com painéis solares e telhados verdes”. Além disso, a proposta vencedora ofereceu ainda habitação sénior, hortas urbanas, jardins de infância, habitação acessível e espaços para eventos, que, juntos, “promovem a interação interjecional e uma vida sustentável”, acredita a responsável.

Estas cidades e bairros reinventados em nome do ambiente não só têm o poder de transformar espaços urbanos, mas também serem modelos a seguir noutros territórios do mundo, sendo devidamente adaptados às suas necessidades atuais e futuras, bem como aos efeitos exercidos pelas alterações climáticas a nível local. “À medida que abraçamos o futuro, uma abordagem personalizada é a chave para criar ambientes urbanos sustentáveis, resilientes e prósperos em todo o mundo”, defende a diretora de planeamento urbano e design no C40, que está a apoiar as cidades adotarem medidas de ação climática e a projetarem as suas cidades de amanhã, desde já. 

Fonte: Idealista
Foto de: Freepik

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